"Mas é assim o poema: construído devagar,
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe."
Nuno Júdice
2 comentários:
ah... que bom reler isto!
já tinha aparecido nas fábulas incompletas e, olhe, agora já sei onde vai ressurgir de novo...
;)
Eu acho que o «colectei» no Ser Português...
Obrigada!
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