"- (...) Também foram os monumentos religiosos que chegaram até nós, porque as pessoas cuidam do que é religioso, porque é importante para elas. Por exemplo, o Mosteiro de Alcobaça é um monumento (património mundial, até) mas é um espaço religioso activo: as pessoas vão lá à missa, à catequese e há lá cerimónias como casamentos, baptizados e funerais.
- Acho que funerais...
- Funerais não!
- Há sim - insisti - Mas são só funerais de pessoas muito importantes...
- Pois foi. Saiu de lá também aquele bombeiro que morreu...
- Mas o bombeiro não era importante. Eu até o conhecia...
Gerou-se uma pequena discussão àcerca da morte e funeral do bombeiro, que eu deixei seguir, como um espaço de descompressão em que vários podiam participar. De súbito emergiu das vozes a frase - Tu não vês que um bombeiro é sempre importante? Um bombeiro é voluntário!
Fez-se silêncio em torno da voz dele.
Aproveitei e falei do carácter humanitário dos bombeiros, da importância do voluntariado e de que um bombeiro morto em serviço representa toda a corporação.
Enquanto explicava, retomando as rédeas da aula, reparei melhor no autor da afirmação: o puto reguila do ano anterior é agora um jovem com voz forte e uma cova no queixo que lhe dá um ar seguro e convencido. Que impõe respeito e admiração.
A minha já tem!"
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