"Este poema começa por te comparar
com as constelações,
com os nomes mágicos
e desenhos precisos,
e depois
um jogo de palavras indica
que sem ti a astronomia
é uma ciência infeliz.
Em seguida, duas metáforas
introduzem o tema da luz
e dos contrastes
petrarquistas que existem
na mulher amada,
no refúgio triste da imaginação.
A segunda estrofe sugere
que a diversidade de seres vivos
prova a existência
de Deus
e a tua, ao mesmo tempo
que toma um por um
os atributos
que participam da tua natureza
e do espaço criador
do teu silêncio.
Uma hipérbole, finalmente,
diz que me fazes muita falta."
Pedro Mexia
1 comentário:
Miss, é uma declaração muito sui generis, realmente científico-descritiva.
Deixo-lhe uma outra igualmente especial, mas mais florida...
Declaração de amor
Minha flor minha flor minha flor.
Minha prímula meu pelargônio meu gladíolo meu botão-de-ouro.
Minha peônia.
Minha cinerária minha calêndula minha boca-de-leão.
Minha gérbera.
Minha clívia.
Meu cimbídio.
Flor flor flor.
Floramarílis, floranêmona, florazálea, clematite minha.
Catléia delfínio estrelítzia.
Minha hortensegerânea.
Ah, meu nenúfar, rododendro e crisântemo e junquilho meus.
Meu ciclâmen, macieira-minha-do-japão.
Calceolária minha.
Daliabegônia minha, forsitiaíris tuliparrosa minhas.
Violeta... amor-mais-que-perfeito.
Minha urze, meu cravo-pessoal-de-defunto.
Minha corola sem cor e nome no chão de minha morte.
Carlos Drummond de Andrade
Beijito.
Enviar um comentário