domingo, 10 de abril de 2011

Fábula Política

Recebi-a hoje por mail.
Pesquisei para descobrir quem foi Tommy Douglas e descobri o político canadiano que instituiu o Sistema de Saúde do Canadá, onde, segundo creio, há verdadeiramente qualidade de vida. Descobri também que foi o avô do actor Kiether Sutherland e vi e ouvi vários testemunhos do neto sobre este homem como avô, como político, como pessoa com disponibilidade para pessoas.
Todo e qualquer texto sobre Tommy Douglas referia o seu discurso fabuloso (na verdadeira acepção primordial da palavra) «Mouseland».
Tentei (muito) encontrar uma versão sem a legendagem em espanhol (sempre este meu preconceito...) mas o texto - com a voz original do seu criador - torna-se de difícil compreensão.
Rendi-me, pois.
Aqui fica, em tempo de campanha eleitoral, de crise e de oportunidade, Mouseland - uma fábula política que não perde actualidade.

7 comentários:

Ninguém.pt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ninguém.pt disse...

Miss, o que me preocupa neste canteiro à beira-mar desprezado não é que confiemos nos gatos — alternamos entre eles mas dizemos mal de todos...

Preocupante é que cada vez menos nos apercebamos de que os ratos podem tomar o poder — e já houve um tempo em que acreditámos!

Não tarda muito que os gatos sejam eleitos apenas por eles próprios...

Beijito, Miss.

Escrivaninha disse...

E onde é que isso se perdeu?...
Eu lembro-me. Eu cresci a acreditar...Mas está tudo tão (terrivelmente) diferente!

Ninguém.pt disse...

Miss, para acreditar em algo é preciso não se ser individualista, não se ser tão competitivo — é preciso ser solidário, partilhar para conseguir unidade.

Ora a sociedade, o poder económico em todas as suas vertentes, disseminou o individualismo, o consumismo, o salve-se quem puder — porque o consumismo lhes alimenta as contas e o individualismo e feroz competitividade lhes garante o predomínio...

Temos que nos mudar, porque essa é a mudança que está nas nossas mãos — porque pensar em mudar os gatos é ilusório. Depois de nos mudarmos certamente será possível pensar em ratos no poder...

Beijito, Miss.

Escrivaninha disse...

Ah, Mestre! Eu fico tão envergonhada quando vejo que outros - se calhar com mais kilómetros de desilusões que eu - continuam a acreditar...
Mas ainda estou horrorizada por ter visto o avesso de muitas pessoas quando (apenas) lhes deram um pequenino poder num sítio tão normal como uma escola...
Não consigo acreditar que o poder traga nada de bom aos indivíduos. As pessoas ficam deslumbradas com a possibilidade de mandar e de amesquinhar os outros.
E eu acho que era tão mais fácil sermos solidários, compreensivos, positivos e trabalharmos para o bem de todos!...
Mas, neste momento, não consigo acreditar.

Ninguém.pt disse...

Miss, já reparou que andamos quase todos a pregar contra os poderes e depois aproveitamos para hipervalorizar todos os poderzinhos que conseguimos deter — e que o fazemos, a maior parte das vezes, pelo lado negativo, amesquinhando, humilhando, obrigando a pedir e a corromper. São raros os que usam o poderzinho que têm para ajudar, para facilitar, para ser justo!

Por isso eu me insurjo com os dedos espetados para culpados lá longe de nós próprios — os deuses, os autarcas, os governantes — quando nós, face ao poder, o usamos exactamente como aqueles que apontamos como os culpados!

Se apontarmos o culpado quando olhamos para o espelho...

Beijito.

Escrivaninha disse...

Não digo que não, Mestre.

E devo-lhe um beijito, que o discurso estava tão amargo, que não lhe consegui dar um remate doce.