Ultimamente tenho esta sensação de forma recorrente: sinto-me presa!
Presa a um horário rígido, presa a rotinas estupidificantes, presa a rituais sem sentido, presa a um estado de politicamente correcto que me sufoca, me insulta, me despreza, me inquiteta...
Ultimamente sou assombrada pelos excelentes slogans da Sumol - que, lamentavelmente, eu não gosto de beber - que «bebo» sofregamente e vou tomando como lema de vida. Será que é possível? Manter-me original?...Tudo na sociedade adulta e politicamente correcta me incita a ser igual a todos. Num ambiente laboral que sufoca a originalidade e boicota a iniciativa, sinto, cada vez mais, que quero sair. Quero sair!
Na realidade eu não queria sair, mas queria que outros saíssem...
Mais que nunca lembro o velho ditado: «Quem não está bem, muda-se». Tenho de ser eu a mudar...ou a mudar-me?...Interiormente ou dali para fora?...Eles querem que eu faça o portfolio e eu só me apetece sair porta fora!
E a alegria diária de umas horas por dia em verdadeira troca de saberes, de aprendizagem mútua, de alguém que confia em mim para ensinar...versus várias horas por dia em que desconfiam de mim e me obrigam a explicar o que faço, como faço, porque faço...como se não fosse óbvio e natural. Porque o faço? Porque sou assim e porque sou eu...por enquanto, ainda original...até quando?
Tenho medo!
Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
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