"Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português"
Oswald de Andrade, colhido em http://belasmensagens.zip.net/index.html
Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
1 comentário:
Falação
(excertos)
A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica.
A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos.
Como somos.
País de dores anônimas. De doutores anônimos. Sociedade
de náufragos eruditos.
A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira,
com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas,
um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e
a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia
preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá.
A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos
pajés e os campos de aviação militar. Pau-Brasil.
Toda a história da Penetração e a história comercial da
América. Pau-Brasil.
O Carnaval. O Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso.
Oswald de Andrade
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