quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

De tempos a tempos

"Seja não-moderno por um dia apenas e
veja quanta eternidade há em si."

Rainer Maria Rilke
(colhido em fábulas incompletas)

4 comentários:

josé luís disse...

devo estar a caminhar a passos largos para a eternidade... pelo menos em dois mil e dez não me tenho sentido nada moderno. ;-)

Ninguém.pt disse...


Não te arruínes, Alma, enriquece


Centro da minha terra pecadora,
alma gasta da própria rebeldia,
porque tremes lá dentro se por fora
vais caiando as paredes de alegria?

Para quê tanto luxo na morada
arruinada, arrendada a curto prazo?
Herdam de ti os vermes? Na jornada
do corpo te consomes ao acaso?

Não te arruínes, alma, enriquece:
vende as horas de escória e desperdício
e compra a eternidade que mereces,

sem piedade do servo ao teu serviço.
Devora a Morte e o que de nós terá,
que morta a Morte nada morrerá.


William Shakespeare

Ninguém.pt disse...

Sei que gosta de Júlio Pereira.

Aqui

http://www.juliopereira.pt/

na página oficial, ele deixa-nos ouvir duas das canções do seu próximo disco – o primeiro de canções. Vai chamar-se "Graffiti".

Escrivaninha disse...

Ah, Mestre, se soubesse o bem que me fez ler as palavras que me enviou - especialmente o poema de Shakespeare, - no fim de um dia, que de tão ridículo se torna inenarrável, como se a repetição fizesse reviver a dor e o asco, as chibatadas da injustiça acobertada numa paz pôdre, que parece estar a minar tudo isto...como uma planta trepadeira, venenosa...
Obrigada!