Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
De tempos a tempos
"Seja não-moderno por um dia apenas e veja quanta eternidade há em si."
Ah, Mestre, se soubesse o bem que me fez ler as palavras que me enviou - especialmente o poema de Shakespeare, - no fim de um dia, que de tão ridículo se torna inenarrável, como se a repetição fizesse reviver a dor e o asco, as chibatadas da injustiça acobertada numa paz pôdre, que parece estar a minar tudo isto...como uma planta trepadeira, venenosa... Obrigada!
4 comentários:
devo estar a caminhar a passos largos para a eternidade... pelo menos em dois mil e dez não me tenho sentido nada moderno. ;-)
Não te arruínes, Alma, enriquece
Centro da minha terra pecadora,
alma gasta da própria rebeldia,
porque tremes lá dentro se por fora
vais caiando as paredes de alegria?
Para quê tanto luxo na morada
arruinada, arrendada a curto prazo?
Herdam de ti os vermes? Na jornada
do corpo te consomes ao acaso?
Não te arruínes, alma, enriquece:
vende as horas de escória e desperdício
e compra a eternidade que mereces,
sem piedade do servo ao teu serviço.
Devora a Morte e o que de nós terá,
que morta a Morte nada morrerá.
William Shakespeare
Sei que gosta de Júlio Pereira.
Aqui
http://www.juliopereira.pt/
na página oficial, ele deixa-nos ouvir duas das canções do seu próximo disco – o primeiro de canções. Vai chamar-se "Graffiti".
Ah, Mestre, se soubesse o bem que me fez ler as palavras que me enviou - especialmente o poema de Shakespeare, - no fim de um dia, que de tão ridículo se torna inenarrável, como se a repetição fizesse reviver a dor e o asco, as chibatadas da injustiça acobertada numa paz pôdre, que parece estar a minar tudo isto...como uma planta trepadeira, venenosa...
Obrigada!
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