Quando a mota passou por mim, naquela sensação de moscardo, fiquei a contemplar as costas do motard e a pensar na mulher que lhe terá negado o prazer de o acompanhar, naquela exibição de amor e companheirismo, que são dois corpos abraçados, a passear pelo mundo. Como eu te neguei a ti.
Batendo o pé, nas minhas convicções, do veículo das "pessoas normais", sem compreender o que tu querias dizer, o que tu me oferecias...a mágoa que levavas ao partir sozinho na tua mota.
E eu, fiquei acompanhada das minhas certezas, que são tão grandes e tão fortes, que dão para ocupar os outros quatro lugares do meu carro.
A vida passa por nós numa vertigem tão rápida como a mota que já desapareceu numa curva da estrada, lá mais à frente. Para nos deixar com as sombras das recordações.
Há quem diga que recordar também é viver...
Sem comentários:
Enviar um comentário