quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Desamparo

Dêem-me as palavras que quiserem:
Palavras cantadas, sofridas, doridas;
Palavras sussurradas ou cuspidas com raiva.
Dêem-me palavras alegres, sorridas, vividas,
ou tristes, agrilhoadas a toda uma vida.
Dêem-me todas as palavras que quiserem.
Embalo-me nelas, esgrimo com elas,
acompanho-as na alegria ou no sofrimento.
Alimento-me delas, talvez.
Mas não me deixem sozinha com um silêncio.

Fico desamparada face a um silêncio:
significará desprezo, ruptura, indiferença.
Poderá mesmo não significar nada.
Poderá?...
Diz-me o que quiseres,
mas não me deixes do lado de cá do silêncio!

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