Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Regresso Triunfal
Se eu fosse Napoleão
(ou até mesmo a Josefina)
mandava fazer um Arco do Triunfo
no cimo de uma colina
Não sei se vês, como eu vejo. Pacificado, Cair a tarde Serena Sobre o vale, Sobre o rio, Sobre os montes E sobre a quietação Espraiada da cidade. Nos teus olhos não há serenidade Que o deixe entender. Vibram na lassidão da claridade. E o lírico poema que me acontecer Virá toldado de melancolia, Porque daqui a pouco toda a poesia Vai anoitecer.
2 comentários:
E se em vez de ser um monumento para deslumbrar os outros fosse um sítio de onde nos deslumbrarmos?
Miradoiro
Não sei se vês, como eu vejo.
Pacificado,
Cair a tarde
Serena
Sobre o vale,
Sobre o rio,
Sobre os montes
E sobre a quietação
Espraiada da cidade.
Nos teus olhos não há serenidade
Que o deixe entender.
Vibram na lassidão da claridade.
E o lírico poema que me acontecer
Virá toldado de melancolia,
Porque daqui a pouco toda a poesia
Vai anoitecer.
Miguel Torga
Beijito.
[...pois se eu fosse marco antónio
(ou até mesmo cleópatra), quem diz
que não plantava uma pirâmide
ao lado da esfinge sem nariz?]
;-)
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