sexta-feira, 27 de março de 2020

Lágrimas de compreensão

Agora choro muitas vezes.
Não são lágrimas de aflição nem de tristeza. São lágrimas de compaixão, lágrimas de compreensão...Haverá lágrimas de compreensão?
Acho que sim. Já várias vezes as chorei quando percebo algo que me incomodava, algo que eu guardava cá dentro sem conhecer, sem compreender. E quando esse momento chega, abrem-se as comportas destas lágrimas, lágrimas de compreensão.
Agora, não sei bem de que é: toda esta situação, as manifestações de solidariedade e amizade de tanta gente; os exemplos de gente boa.
Ultimamente (mas isto já vem de alguns meses) dispara muito mais o meu lagrimódromo a bondade que a maldade. Quando fui à casa de Ann Frank em Novembro passado, desmanchei-me a chorar com os depoimentos dos que ajudaram as famílias; quando vi a lista de Schindler, aguentei-me estoicamente atá quase ao fim quando ele se fustiga por não ter ajudado mais pessoas. Há algo que me comove numa culpa que carregam algumas pessoas de não fazer o suficiente, de não serem boas o bastante, de não conseguirem salvar o mundo...Deve ser o que sente um médico quando não consegue salvar um doente, apesar de ter conseguido curar cem. E não estou a falar do caso de agora...


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