Grande filme.
Grande interpretação de Sean Penn.
Grande impacto pensar que tudo aquilo aconteceu há tão pouco tempo!
Porque teve de correr sangue por algo que estava inscrito nas Constituições, na Declaração dos Direitos Humanos, na Declaração de Independência dos EUA (como o próprio Milk diz num discurso), nos princípios do Cristianismo (e provavelmente das outras religiões, que conheço menos)?
Porque tem a sociedade tanta necessidade de afastar, sufocar e esmagar o que considera diferente?
Pensei muito desde o fim do filme. Nos preconceitos em geral. Na doutrina do «politicamente correcto» que, por vezes, não faz mais do que tratar com condescendência aqueles que a sociedade considera «diferentes», seja por que motivos for...minoritários, em relação a - seja lá o que isso for - uma maioria mais ou menos padronizada ou normalizada.
Igualdade de direitos! Será que assimilámos de facto este princípio, ou ficamos mais ou menos descansados por ele estar em letra de lei e limitamo-nos a não pensar muito no assunto?
Lembrei-me de uma frase de Voltaire, filósofo iluminista, que creio que, de facto, exprime o que eu acho que deve ser a nossa atitude perante todos os outros (com os quais frequentemente não concordamos e creio que não devemos fingir que concordamos):
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizes,
mas estou disposto a morrer pelo teu direito a exprimi-las."
Voltaire (1694-1778)
Voltaire morreu 200 anos antes de Harvey Milk ter sido assassinado por estar a conquistar o direito a expressar as suas ideias!
1 comentário:
Grande frase, a de Voltaire!
Infelizmente ainda há muito quem conjugue a liberdade apenas na primeira pessoa...
Se formos verdadeiramente "egoístas", só usaremos o verbo dar como auxiliar da liberdade e dos afectos.
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