Ontem, em Lisboa, o tempo chorou o dia todo.
E eu, contrariada e determinada, porque queria muito ver a exposição “Arquivo Universal”, que está no CCB, mas, isso significava ir ao Museu Berardo, do qual eu tenho andado a fugir.
Não gosto do Berardo! Não gosto dele, não gosto da arrogância dele, não gosto da pronúncia dele e, muito menos, gosto do negócio que o Estado Português fez com ele. Mas…eu queria tanto ver a exposição!...
Encharcada por fora e irritada por dentro, lá fui eu. Sempre dizendo, para mim mesma: “Só porque não se paga.”
Pois bem, quando tem de ser, tem de ser. Uma pessoa rende-se à qualidade, não há hipótese.
Muitas daquelas fotos fazem parte do nosso imaginário, porque nos falam de actos políticos, de ambientes de trabalho, de eventos desportivos…particularmente espantoso e doloroso encarar as fotos com que há anos explico a crise económica de 1929. Vê-las em grande formato, acompanhadas de muitas outras que desconhecia e a retratarem tantos aspectos que parecem agora assustadoramente próximos: as filas de desempregados, o desespero espelhado nos rostos…
Filmes e revistas completam o ramalhete das imagens-documentos que me absorveram por toda a tarde de sábado.
E agora digo, sem dúvida nenhuma: Mesmo que tivesse de pagar!
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