Se é paixão, me nego.
Já resvalei, a alma em pêlo,
neste áspero despenhadeiro.
Se é paixão, não quero.
Conheço seus espinhos de mel,
sei onde me conduz
embora prometa os céus.
Se é paixão, desculpe-me, não posso.
Conheço suas insônias
e a obsessão.
Se é paixão, me vou, não devo...
não adianta teus apelos.
Resistirei, porque aí
morri mil vezes.
Paixão é arma de três gumes,
e ao seu corte estou imune.
Se é paixão, me nego
e não receio que me acuses de medo.
Do desvario conheço todos os segredos.
Se é paixão, recuso-me e sinto muito,
pois foi à custo
que saí do labirinto.
Affonso Romano de Sant'Anna (1937)
Já resvalei, a alma em pêlo,
neste áspero despenhadeiro.
Se é paixão, não quero.
Conheço seus espinhos de mel,
sei onde me conduz
embora prometa os céus.
Se é paixão, desculpe-me, não posso.
Conheço suas insônias
e a obsessão.
Se é paixão, me vou, não devo...
não adianta teus apelos.
Resistirei, porque aí
morri mil vezes.
Paixão é arma de três gumes,
e ao seu corte estou imune.
Se é paixão, me nego
e não receio que me acuses de medo.
Do desvario conheço todos os segredos.
Se é paixão, recuso-me e sinto muito,
pois foi à custo
que saí do labirinto.
Affonso Romano de Sant'Anna (1937)
2 comentários:
FLOR DA PAIXÃO
Sei agora
que a paixão
é azul e coroada
como o sangue e a cabeça
das rainhas. Que tem
nome de flor
e é ímpar. Porque,
se o não fosse,
não seria paixão.
Albano Martins
Ímpar, confirmo eu.
Beijito, Miss.
E, embora sendo ímpar, só se realiza quando par.
Beijito, Mestre.
Enviar um comentário