sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ler

De vez em quando compro a Revista Ler e também o JL. Qualquer uma destas publicações tem o condão de me desorientar porque encontro sempre excelentes (muitas) sugestões de leitura e não tenho tempo, nunca terei tempo para ler tudo o que devia de ler.
Fico assim informada, mas com uma sensação de frustração e mesmo sentimentos de culpa quando estou a fazer qualquer outra coisa menos produtiva podendo estar a consumir um dos títulos que faltam na minha cultura.
E aqui está mais uma referência que eu encontrei e que acho que tenho de ler. E esta faz-me sentir acompanhada!
"Não é tanto um trabalho sobre informação, como sobre excesso de informação: a circunstância que deu origem a uma condição que achamos ser tipicamente moderna (...). Um dos prazeres mesquinhos e tangenciais que Gleick fornece é um repositório de provas que o sentimento é provavelmente tão antigo quanto o Homero: citações de filósofos medievais a queixarem-se de que há demasiados livros para ler, de filósofos gregos a queixarem-se de que há demasiados outros filósofos para ouvir; é legítimo concluir que um qualquer cético anónimo em Lascaux, nos primórdios do mundo, tenha protestado quanto à quantidade de rabiscos de cavalos que ali se ia acumulando." Rogério Casanova sobre o livro de James Gleick, Informação - Uma História, Uma Teoria, Um Dilúvio, editado pela Temas e Debates.
Este eu tenho de ler!

Nota: Lascaux não se situa no princípio do mundo, pois este é muito anterior à Humanidade, a menos que ele se refira ao mundo da informação, que só existe desde que nós existimos para a processar...e pelos vistos sempre refilando com o excesso da tarefa.

3 comentários:

Ninguém.pt disse...

Com essa de querer ler tudo, a Miss fez lembrar o diálogo entre aqueles dois amigos:

«Eras capaz de beber toda a água do Tejo?»
»Olha, nem metade!»


LEITURA

Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura


Paulo Leminski

Beijito. Miss. E boas leituras.

Ninguém.pt disse...

PÁSCOA

Um dia de poemas na lembrança
(Também meus)
Que o passado inspirou.
A natureza inteira a florir
No mais prosaico verso.
Foguetes e folares,
Sinos a repicar,
E a carícia lasciva e paternal
Do sol progenitor
Da primavera.
Ah, quem pudera
Ser de novo
Um dos felizes
Desta aleluia!
Sentir no corpo a ressurreição.
O coração,
Milagre do milagre da energia,
A irradiar saúde e alegria
Em cada pulsação.


Miguel Torga

Muitas amêndoas, Miss.
Beijito.

Escrivaninha disse...

Obrigada.

Beijito, Mestre.