quinta-feira, 5 de abril de 2012

Chove, no país do Verão

As pessoas passeiam desconsoladas debaixo dos parapeitos das varandas. Estão de ténis-botas, alguns de botas altas e muitos de cachecol.
No ano mais seco dos últimos 75 anos quebrou-se o jejum pluvial nesta semana santa, pródiga de paixão e condenatória para os que, ignorando os tempos de contenção, pensavam até exibir-se ao sol.
As paredes caiadas sustentam a esperança de sol contra o céu de chumbo.
Aqui, até o tempo de chuva é mais claro. Pois claro!

2 comentários:

Ninguém.pt disse...

Há lá coisa mais agradável do que estar na cama a ouvir o ping-ping da chuva no telhado?

UM POEMA QUE SE PERDEU

Hoje o dia é um dia chuvoso e triste
amortalhado
Naquela monotonia doente dos grandes dias.

Hoje o dia...
(a pena caiu-me das mãos)

Acabou-se o poema no papel.
Cá por dentro
Continua...

Oh! este marulhar das almas no silêncio!


Fernando Namora

Beijito, Miss.

Escrivaninha disse...

Manhã de Verão e tarde de Inverno.
Um tempo de Paixão bipolar...quantas paixões o são?

Beijito, Mestre.