“Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde onde as certezas moram.
É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos vôos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…”
Rubem Alves, colhido em http://rubemalvesdois.wordpress.com/
2 comentários:
FLOR DA LIBERDADE
Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Sepultos, insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Miguel Torga
Beijito, Miss.
Temos o direito de recusar, temos, mas parece que cada vez menos o exercemos.
Escreve hoje José Muis Nunes Martins, na sua Coluna Filosofias, no jornal I:
"É deveras revoltante assistir à quantidade de gente que se conforma com as decisões do todo, qual instinto de sobrevivência. (...) Infelizmente a maior parte das pessoas, gente boa, aceita resignadamente as más conjunturas em vez de lhes fazer frente."
Beijito, Mestre.
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