terça-feira, 8 de novembro de 2011

Amostra sem valor

"Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;
com ele se entretém
e se julga intangível.


Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.


Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo."

António Gedeão

2 comentários:

Ninguém.pt disse...


«O velho sábio abandonou a floresta dos mitos e encontrou um charco, escutou uma rã e viu-a saltar. Tão simples, pensou.
As rãs eram numerosas e desiguais no charco onde viviam. Talvez não seja assim tão simples, pensou.
E sentou-se à beira do charco, a vê-las e a ouvi-las ser diferentes umas das outras.»


Casimiro de Brito

Beijito, Miss.

Escrivaninha disse...

Pelo direito à diferença! (Mesmo no charco...)

Beijito, Mestre.