Quero esclarecer que não defendo a abstenção (nem a abstinência, que na linguagem comum é usada com um sentido diferente, embora - fui agora mesmo verficar - no meu dicionário esteja explícito que estas expressões são sinónimos).
A abstenção é aliás um fenómeno que me preocupa e orgulho-me de ainda não ter falhado o meu direito/dever a uma mesa de voto (a não ser uma vez, para o Conselho Directivo da Escola, mas a lista era única...).
Mas é um facto que está cada vez mais difícil votar. Em quem? Ouvi-los não motiva ninguém. E estou profundamente escandalizada com o facto de todos estarem de acordo com a realização das eleições separadas. Podia realizar-se tudo num só dia e poupava-se muuuuiiiiito dinheiro, campanhas, tempo e, certamente, diminuia-se a abstenção, pois para as eleições autárquicas e legislativas a afluência tem sido bem maior que para as europeias.
Votar por projectos? O cepticismo perante a possibilidade de os cumprirem depois instala-se...
Votar por ideologias? Por vezes (muitas vezes) parece que ficaram cativas nas páginas dos livros e no sangue derramado noutros tempos.
Votar nas pessoas, pelo seu aspecto e credibilidade? Risca!
'Tá difícil!...
Votar para dizermos que estamos vivos e atentos, para que não cresça a possibilidade de alguém resolver oferecer-se para nos "tirar dos ombros o fardo de decidir", para evitar que alguém nos alivie dos obrigações desta difícil democracia? Achei! É isso mesmo. Não convém dar-lhes argumentos!
Eu vou votar!
1 comentário:
Dar-lhes argumentos, nunca!
Mas dar-lhes que pensar... Se todos o que se abstêm votassem em branco, muitos galos se calariam!
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