"- Não é arvião. Diz-se: avião.
O menino estranhou a emenda de sua mãe. Não mencionava ele uma criatura do ar? A criança tem a vantagem de estrear o mundo, iniciando outro matrimónio entre as coisas e os nomes. (...) São os homens em estado de poesia, essa infância autorizada pelo brilho da palavra."
Mia Couto, O Viajante Clandestino in Cronicando, pp. 21-23
2 comentários:
BRINQUEDO
Foi um sonho que tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ía subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel,
E o menino ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
Miguel Torga
A lógica é muito mais lógica na boca das crianças.
Beijito, Miss.
Beijito, Mestre.
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