Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome
pode ser o princípio
de alguma coisa.
Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem,
irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o
lençol da neve com os
sinais da sua fome.
Sopra-mo no ouvido,
como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro -
assim conquista o vento
o tímpano das grutas
e entra o bafo do verão
na casa fria. E,
antes de partires, pousa-o
nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se
derrete na boca e arde
como a primeira menta
da infância.
Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo
- um nome sim.
Maria do Rosário Pedreira
3 comentários:
lindo (como sempre). acho que também o vou guardar :)
Olá! Tão bom sabê-lo atento.
quase nunca comento, é verdade, mas leio sempre...
http://novascartasdemarear.blogspot.pt/2013/03/diz-me-o-teu-nome-agora-que-perdi-quase.html
;)
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