O fim de semana foi passado entre a leitura dos testes dos meus pequenos de 8º ano e a tentativa de ajudar o meu sobrinho - aluno de 12º ano - a estudar Mensagem, de Fernando Pessoa. O grande problema é que o meu sobrinho não gosta de ler e, logicamente, tem muita dificuldade em interpretar.
Sofridamente lá íamos avançando nas questões pessoanas...
Paralelamente, eu constatava que a maioria dos meus alunos não conseguiu resolver de forma satisfatória a questão que pedia a leitura de um documento (que está no manual e que lemos todos juntos na aula) sobre a crise do século XIV e a identificação da «pestilência» referida no documento como causadora da morte de dois terços da população de Coimbra. Da guerra à fome, passando pela crise económica, dois terços sucumbiram - de facto - sem conseguirem identificar a Peste Negra.
Foi duro, este fim de semana!
E o pior de tudo isto é que também me sinto culpada, ao fazer parte desta sociedade, que não exige, que facilita, que tenta atapetar o caminho dos meninos...deixando alastrar a Peste da ignorância, que a breve trecho se traduzirá na Peste da inoperância.
Dramático é acreditar que vão ser estes miúdos que vão ler as prescrições do médico sobre a minha saúde quando eu estiver no lar.
Chegará alguma vez a cumprir-se Portugal?
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