segunda-feira, 22 de março de 2010

«Se Vier o coelho, o que é que eu lhe digo?»

A expressão que titula este post era usada pela minha avó quando via pessoas atrapalhadas com situações simples. Tornou-se um hábito e já todos a usávamos, mas um dia resolvi perguntar-lhe a razão da expressão e ela então contou-me:
O meu avô (um dos homens que partiu cedo, teria eu uns 7-8 anos) era caçador e tentava cativar para a actividade um amigo (creio, até, que compadre) que não se entusiasmava com o «desporto».
Mas um dia, aliciado certamente pelo passeio e pela «comezaina» que se seguiria, lá acompanhou o amigo.
Iam à caça ao coelho.
Quando estavam no campo, o meu avô teve uma aflição e pediu ao outro: "Segura aí na espingarda, que eu já volto."
O outro, atrapalhadíssimo, segurando na arma com uma evidente falta de jeito e receio, interpelou o meu avô, quando ele quase tinha alcançado o lugar para se aliviar: "Olha lá! Se vier o coelho, o que é que eu lhe digo?"

E assim era a história, que gerou uma frase que ficou na família, e que sempre arrancava à minha avó um riso genuíno.

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