domingo, 14 de dezembro de 2008

Hospital

Tem-se falado demais em hospitais à minha volta.
Uns casos correram mais ou menos bem, outros nem por isso.
As conversas evocam normalmente casos que terminaram "em bem", enquanto os olhos revelam que se está a calar os outros, os que terminaram de vez, em desfechos que deixam feridas tão profundas, que às vezes nem se conseguem referir.
Uma pessoa de quem eu gosto desde antes do seu nascimento está agora hospitalizada. E eu, que já fui salva num hospital, estou cheia de medo.
Por isso resolvi voltar à palavra. A uma explicação do conceito que me devolvesse a tranquilidade. O meu dicionário diz que "Hospital é um estabelecimento onde se internam e tratam doentes". É bom, portanto. As pessoas entram doentes e tornam a casa tratadas.
Na enciclopédia até contam a história dos hospitais, da ordem de cavalaria dos Hospitalários (tudo boa gente, devotada ao bem) e tem, bem perto, palavras tão simpáticas como "hospitalidade", "hospitaleiro" e "hospedagem".
Nada a temer, portanto. Os hospitais são assim como as oficinas dos carros: quando estão avariados, internam-se lá e, quando vamos busca-los, estão arranjados. Aí, o único problema costuma ser a despesa.
"Se eu estou mais calma?"
"Nem por isso..."

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