Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Embaladinho
"Olha a triste viuvinha que anda na roda a chorar anda a ver se encontra noivo para com ela casar"
A vida é um corridinho, Corre, corre, sem parar, Dés que um homem vem ao mundo Té que vai a enterrar. Nasce a gente e de repente, Corre este risco sem par, De morrer logo à nascença Ou de ter que cá ficar.
Corre, corre, corridinho, Corre, a vida sem parar.
Em miúdo corre e chora Prá mãe lhe dar de mamar Depois pula, rasga e estraga, Pelos jardins a brincar. Corre depois para a escola, Corre aos livros pra estudar, Corre depois na parada, Quando vai pra militar.
Corre, corre, corridinho, Corre, a vida sem parar.
Corre o tempo e volta à terra, Com ideias de casar. Corre logo ao bailarico, Corre à procura dum par. Correm banhos na igreja. Corre a nova no lugar, Té que um dia mai-la noiva, Correm ambos pró altar.
Corre, corre, corridinho, Corre, a vida sem parar.
Correm dias bem felizes, Correm horas de bem-estar, Pois num berço pequenino, Está um bebé a chorar. Mas passados anos correm dez pimpolhos no seu lar Corre-lhe o suor em bica, Pra família sustentar.
Corre, corre, corridinho. Corre, a vida sem parar.
Corre aqui, pede acolá, Corre ao prego pra pagar ao padeiro, ao merceeiro, pra vestir e pra calçar. Corre um mês e outro mês, E ele, aflito, pra arranjar, com que pague a casa, a luz e ao doutor que o vai tratar.
Corre, corre, corridinho, Corre, a vida sem parar.
Já cansado de correr, Certo dia, ao levantar, Corre-lhe um frio plo espinhaço, Corre à cama e dá-lhe um ar. Corre o pranto na família, Corre a gentinha a espreitar. A correr vem um anjinho que logo o leva plo ar.
Corridinho, corridinho, Lá vai ele a aboar. Corridinho, corridinho, Lá vai ele a aboar.
Corridinho chega ao céu, Bate à porta pra entrar, Corre S. Pedro a abrir, Pró caminho lhe indicar. —Corre já pra'quela nuvem Que é ali o teu lugar, Pois no fim desta corrida tens direito a descansar.
Corridinho, corridinho, Lá vai ele a aboar. Corridinho, corridinho, Lá vai ele a aboar.
(Não consegui saber o autor.)
http://www.youtube.com/watch?v=BWeEiTtm1u4
Beijito, Miss. Cuidado com as chinelas, não fiquem pelo caminho durante o corridinho...
4 comentários:
Cuidado, ó viuvinha, olhe que eu tenho um amigo que costuma dizer que nada é como começa, mas como acaba...
[…]
Casadinha há três dias
Ela ali vai a chorar
Pela vida de solteira
Não a torna a encontrar
(Eu avisei...)
Beijito, Miss.
:-)
Beijito fresquinho, Mestre.
A VIDA É UM CORRIDINHO
A vida é um corridinho,
Corre, corre, sem parar,
Dés que um homem vem ao mundo
Té que vai a enterrar.
Nasce a gente e de repente,
Corre este risco sem par,
De morrer logo à nascença
Ou de ter que cá ficar.
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
Em miúdo corre e chora
Prá mãe lhe dar de mamar
Depois pula, rasga e estraga,
Pelos jardins a brincar.
Corre depois para a escola,
Corre aos livros pra estudar,
Corre depois na parada,
Quando vai pra militar.
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
Corre o tempo e volta à terra,
Com ideias de casar.
Corre logo ao bailarico,
Corre à procura dum par.
Correm banhos na igreja.
Corre a nova no lugar,
Té que um dia mai-la noiva,
Correm ambos pró altar.
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
Correm dias bem felizes,
Correm horas de bem-estar,
Pois num berço pequenino,
Está um bebé a chorar.
Mas passados anos correm
dez pimpolhos no seu lar
Corre-lhe o suor em bica,
Pra família sustentar.
Corre, corre, corridinho.
Corre, a vida sem parar.
Corre aqui, pede acolá,
Corre ao prego pra pagar
ao padeiro, ao merceeiro,
pra vestir e pra calçar.
Corre um mês e outro mês,
E ele, aflito, pra arranjar,
com que pague a casa, a luz
e ao doutor que o vai tratar.
Corre, corre, corridinho,
Corre, a vida sem parar.
Já cansado de correr,
Certo dia, ao levantar,
Corre-lhe um frio plo espinhaço,
Corre à cama e dá-lhe um ar.
Corre o pranto na família,
Corre a gentinha a espreitar.
A correr vem um anjinho
que logo o leva plo ar.
Corridinho, corridinho,
Lá vai ele a aboar.
Corridinho, corridinho,
Lá vai ele a aboar.
Corridinho chega ao céu,
Bate à porta pra entrar,
Corre S. Pedro a abrir,
Pró caminho lhe indicar.
—Corre já pra'quela nuvem
Que é ali o teu lugar,
Pois no fim desta corrida
tens direito a descansar.
Corridinho, corridinho,
Lá vai ele a aboar.
Corridinho, corridinho,
Lá vai ele a aboar.
(Não consegui saber o autor.)
http://www.youtube.com/watch?v=BWeEiTtm1u4
Beijito, Miss. Cuidado com as chinelas, não fiquem pelo caminho durante o corridinho...
É uma história completa!
E tão corridinha deve ser do Algarve.
Beijito, Mestre!
Enviar um comentário