Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Sim
Sim. Todos os poemas São de amor Pela rima, Pelo ritmo, Pelo brilho Ou por alguém, Alguma coisa Que passava Na hora Em que a vida Virava palavra.
Não, nem todos os poemas são de amor — pelo menos é o que deixa entender o Poeta:
QUASE UM POEMA DE AMOR
Há muito tempo já que não escrevo um poema De amor. E é o que eu sei fazer com mais delicadeza! A nossa natureza Lusitana Tem essa humana Graça Feiticeira De tornar de cristal A mais sentimental E baça Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo E ninguém me deseje apaixonado, Ou que a antiga paixão Me mantenha calado O coração Num íntimo pudor, — Há muito tempo já que não escrevo um poema De amor.
Mas ele está enganado. Qual é o tema do poema afinal? O Amor. Um Poema que afirma que não é de Amor de que é? E o Amor? O que é? Ah...isto hoje está mal...
2 comentários:
Não, nem todos os poemas são de amor — pelo menos é o que deixa entender o Poeta:
QUASE UM POEMA DE AMOR
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
— Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
Miguel Torga
Beijito, Miss.
Mas ele está enganado. Qual é o tema do poema afinal? O Amor. Um Poema que afirma que não é de Amor de que é?
E o Amor? O que é?
Ah...isto hoje está mal...
Beijito, Mestre.
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