Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Amor é...
decorar os sms dele como se fossem citações de Shakespear.
2 comentários:
Os "sms" de antanho eram manuscritos e perfumados, enviados por vias travessas, e também muitas vezes decorados.
PORQUE O MELHOR…
Porque o melhor, enfim,
É não ouvir nem ver...
Passarem sobre mim
E nada me doer!
Sorrindo interiormente,
Coas pálpebras cerradas,
Às águas da torrente
Já tão longe passadas.
Rixas, tumultos, lutas,
Não me fazerem dano...
Alheio às vãs labutas,
Às estações do ano.
Passar o estio, o outono,
A poda, a cava, e a redra,
E eu dormindo um sono
Debaixo duma pedra.
Melhor até se o acaso
O leito me reserva
No prado extenso e raso
Apenas sob a erva
Que Abril copioso ensope...
E, esvelto, a intervalos
Fustigue-me o galope
De bandos de cavalos.
Ou no serrano mato,
A brigas tão propício,
Onde o viver ingrato
Dispõe ao sacrifício
Das vidas, mortes duras
Ruam pelas quebradas,
Com choques de armaduras
E tinidos de espadas...
Ou sob o piso, até,
Infame e vil da rua,
Onde a torva ralé
Irrompe, tumultua,
Se estorce, vocifera,
Selvagem nos conflitos,
Com ímpetos de fera
Nos olhos, saltos, gritos...
Roubos, assassinatos!
Horas jamais tranquilas,
Em brutos pugilatos
Fracturam-se as maxilas...
E eu sob a terra firme,
Compacta, recalcada,
Muito quietinho. A rir-me
De não me doer nada.
Camilo Pessanha
Beijito, Miss. Que tenha passado muito bem as festas e continue sem nada lhe doer, claro!
(Eu, por causa da DNA, já não posso dizer o mesmo.)
Olá Mestre!
Sobrevivendo a temporais, cá vamos avançando pelo ano fora.
E como diz um amigo meu - otimista - enquanto temos dores, é sinal que estamos vivos. :-)
Beijito.
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