quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Chove

"Quando chovia depois de muito sol quente, meu pai gostava de ficar na janela da casa velha, lá em Minas, vendo as plantas no quintal, cada uma delas fazendo os gestos que sabia. Os tomateiros, hortelãs e manjericão, exalando seus perfumes. As folhas de couve e espinafre, brincando de juntar gotas d’água, grandes e brilhantes. As árvores e arbustos executando seus passos de dança, balançando as folhas, sob os pingos que caíam…
Ele olhava, sorria, baforava o seu cachimbo e dizia:
Veja como estão agradecidas…”
Rubem Alves

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