Vou navegando, diariamente, num mar de papéis, no navio fantasma que é uma escola sem alunos.
Desempenho, conscienciosamente e com má-vontade, o «trabalho de férias» que me calhou. Deus nos livre de podermos nós, professores, aproveitar este tempo para ler, reflectir, olhar à volta e poder ter ideias de como ensinar melhor os alunos. Nós, operários do Ministério da Educação, teremos o nosso recreio, semelhante ao de todos os outros operários, que isso de fruir a vida, gera filósofos e outros subsersivos, que podem por esse ócio a render, multiplicando pelos jovens aprendizes, o gosto e a prática de pensar e viver segundo o pensamento próprio.
Reza a história de que, em tempos remotos, já foi mesmo necessário travar vícios destes a cicuta.
Só prova que aprendemos com a História. Será fácil agora isolar os elementos verdadeiramente perigosos: sáo aqueles que, a despeito de tudo o que tem sido feito, ainda insistirem em ler, em pensar e em falar sobre isso. Subsistirão alguns, mas, graças à eficácia das medidas tomadas, já serão poucos e, assim, tornam-se uma ameaça mais fácil de debelar.
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