domingo, 7 de fevereiro de 2010

Por uma Sociedade de Sujeitos Responsáveis

Estamos numa sociedade que, a par do politicamente correcto, endeusa a objectividade como método de actuação, usando-a como detergente milagroso que evita qualquer nódoa de consciência: estamos todos inocentes, porque fomos absolutamente objectivos.
E o que é ser objectivo? Será possível? Não estará a dar-se uma grande confusão entre ser criterioso e ser objectivo? Definir critérios, por si só, é uma atitude subjectiva, porque depende das convicções e dos conceitos dos sujeitos implicados.

Esta é uma luta que me vem consumindo tempo e energias e hoje resolvi trazer aqui aliados de peso que, com a sua autoridade, me ajudem a lutar por uma sociedade de sujeitos responsáveis, que actuem segundo o bom senso, segundo os seus valores, segundo os seus critérios e que, com esses instrumentos, procurem conduzir, - com a sua subjectividade -, a sociedade a um melhor caminho, um caminho feito por sujeitos e para sujeitos, um caminho do viver comum, respeitando (mas não apagando) as diferenças.

Objectiva ficará uma palavra reservada ao «olho» da máquina fotográfica, que, como manipulada por um sujeito, tira sempre fotos diferentes, escolhidas, enquadradas...implicadas...subjectivas.

É o acreditar no carácter único de cada sujeito e de cada atitude que cada um toma, que me mantém viva a esperança de um mundo futuro mais humano, mais implicado, mais saudavelmente subjectivo - mais vivido.

“Se eu fosse um objecto, era objectivo; como sou um sujeito, sou subjectivo” Alçada Batista

“O que é o conhecimento objectivo? Aquele que se produz a respeito das realidades objectivas? E estas o que são? A «objectiva» de uma máquina fotográfica nunca é objectiva; corresponde sempre a um ponto de vista. A contemplação do mundo é já transformação do objecto.”
José Machado Pais

Cecília Meireles, escreveu sobre a arte de ser feliz, que, como qualquer arte, depende do artista. Mais uma prova da necessidade de valorização da subjectividade. O texto integral está guardado no Salvo Seja.

(Já há tempos pensava escrever sobre este tema, mas foi ao ver uma magnífica foto, hoje, no blogue fotos incompletas, do josé luis, que resolvi não adiar mais o assunto. Esse espaço é um óptimo exemplo da utilização muito subjectiva de uma objectiva, que nos fornece uma perspectiva única sobre os lugares, sobretudo da nossa capital)

1 comentário:

josé luís disse...

:)

(nunca me verão a corar: vantagens do preto&branco)
(obrigado)