Hoje o mundo esteve muito mulherendo. Bem, infelizmente, não foi o mundo todo. Há ainda muitos locais em que as mulheres são ignoradas ou maltratadas e, aí, não tem havido "Dia da Mulher" que lhes valha. Vivem uma contínua "Noite da Mulher".
Mas, centrando-nos aqui no "nosso quintal", gostava de fazer alguns comentários sobre o que fui ouvindo no rádio durante o dia. O (ou a?) rádio ainda é a minha companhia preferida, habituada que fui - numa casa vivida por mulheres - a coordenar as jornadas de trabalho com uma "sombra de música e palavras" que ora parece invisível, ora conforta, sem se impôr com a força egoísta da imagem.
As reflexões centram-se então sobre as observações ao Dia da Mulher. Ouvi, de facto, três aspectos diferentes: que ainda existe muita violência doméstica, que somos o país (suponho que da Europa) que tem mais mulheres nas forças armadas, em todas funções incluindo as que envolvem participação em cenários de guerra e que temos de aumentar o nº de mulheres na política, vindo à baila aquela questão das cotas.
Se a violência doméstica me preocupa - e já escrevi por aqui sobre isso -, os números de mulheres nas forças armadas e na política deixam-me muito orgulhosa. Embora creia que seria incapaz de abraçar uma carreira nas forças militares não deixo de apreciar a coragem e determinação das mulheres que enveredaram por carreiras desde sempre associadas a atributos masculinos. Da mesma maneira fico muito orgulhosa que a maioria das mulheres não se interesse pela política que temos.
Embora as generalizações sejam sempre falsas e perigosas, eu estou convencida que as mulheres não estão na política porque não querem! Não acredito que as mulheres que possm desempenhar papeis na política o estejam impedidas de fazer por uma questão de falta de oportunidade. Temos mulheres colocadas em lugares bem difíceis e úteis como na justiça, na administração de empresas, no sector financeiro, etc. E não me parece que essas gostassem de ser recrutadas para a política por uma questão de preenchimento de cotas!
Todos os anos se fala desta questão acentuando a necessidade de aumentar a participação das mulheres na política. Talvez fosse bom que, no próximo ano, perguntassem às mulheres que têm oportunidade de escolher porque é que não estão lá.
(Às vezes sinto-me um génio! Como é que eu tenho estas ideias tão difíceis, tão inacessíveis a outros espíritos? Será que é por ser mulher?)
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