domingo, 5 de abril de 2020

Âmbar

Desde o filme Parque Jurássico que o âmbar me fascina. Confesso que já gostava da palavra, mas não sabia bem o que ela representava. No filme, o âmbar é uma pedra que encima a bengala do capitalista dono do parque e é nessa gema que se guarda o DNA do dinossauro, salvo erro, num mosquito fossilizado.
Creio que na altura em que vi o filme fui ver de onde vinha o âmbar e fiquei estupefacta com aquilo que encontrei, pois o âmbar era afinal, uma substância animal, que provinha de um qualquer sítio anatómico das baleias.

Ontem comecei a ler um livro novo: Amazónia, de James Rollins e numa das páginas que li surgiu, já não sei a propósito de quê, uma referência a âmbar. E foi assim que eu decidi que âmbar seria a palavra de hoje.

Lá vou eu à procura do que é, de facto, o âmbar, mas desta vez aventurei-me em páginas explicativas sobre a substância e não só no Dicionário. E encontro que é uma resina fossilizada, o que me parece bem mais de acordo com o contexto da floresta amazónica. Mas...eu tinha a certeza de uma relação com as baleias. E há, de facto. Mas é um outro tipo de âmbar: o âmbar cinzento, uma substância animal, proveniente dos cachalotes, usada já muito raramente (devido às leis de protecção dos cachalotes como espécie em perigo de extinção) sobretudo na perfumaria ou ainda no Oriente como especiaria. Esta substância esteve associada a rituais cerimoniais na Antiguidade e, actualmente, ainda é acreditada como afrodisíaco.
O âmbar que eu procurava é então uma resina produzida por árvores muito antigas que sofreu processos de fossilização de milhares de anos e que frequentemente encerra no seu interior seres vivos contemporâneos, o que se tem revelado muito útil para o estudo de formas de vida primitivas. Este âmbar provém sobretudo da região do Mar Báltico e é usado em decoração e joalharia,. atingindo preços muito altos e sendo alvo de muitas falsificações (como, por exemplo, introdução de falsos insectos no seu interior) ou seja, os insectos não são falsos, a sua localização no âmbar é que o é.
As fontes para estes dados foram sobretudo estas:
http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=7&cid=92676&bl=1&viewall=true.
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82mbar_cinza

Como as pesquisas são piores que as conversas e as cerejas, encontro referências a que a mais espectacular utilização maciça de âmbar foi um quarto de Frederico I, Imperador da Prússia, no início do séc. XVIII.
Este quarto foi depois oferecido (fantástico, não é?) ao Czar russo Pedro I, mudado várias vezes de lugar e desaparecido do Palácio de Catarina, em S. Petersburgo, durante a ocupação alemã da 2ª guerra mundial.
Se para história fantástica já lhe bastava, o quarto foi reconstituído e inaugurado ao público, na Rússia, em 2003, mas ainda decorrem pesquisas sobre hipóteses de esconderijos do verdadeiro Quarto ou Câmara de Âmbar, considerada em tempos a 8ª Maravilha do Mundo.

Mais referências a este assunto em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_%C3%82mbar
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2012/07/o-misterioso-roubo-da-sala-de-ambar.html?spref=fb&fbclid=IwAR3BUmFHRR-WbF-31y30Uwd_eCIc6Dmw65w17bgVlsesIapLy4fPmFpeQYY

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