quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Outra Vez S. Valentim

Hoje, com o amor a escorrer pelas paredes dos ambientes adolescentes, com vendas de chupa-chupas em forma de corações... vermelhos, com puxadores de lojas em forma de corações...vermelhos, o poema só podia ser de amor. Com toda a confusão e incoerência inerente, que Joaquim Pessoa tão bem exprime.

AMO-TE POR TODAS AS RAZÕES E MAIS UMA 

"Por todas as razões e mais uma. Esta é a resposta que costumo dar-te quando me perguntas por que razão te amo. Porque nunca existe apenas uma razão para amar alguém. Porque não pode haver nem há só uma razão para te amar.
 Amo-te porque me fascinas e porque me libertas e porque fazes sentir-me bem. E porque me surpreendes e porque me sufocas e porque enches a minha alma de mar e o meu espírito de sol e o meu corpo de fadiga. E porque me confundes e porque me enfureces e porque me iluminas e porque me deslumbras.
 Amo-te porque quero amar-te e porque tenho necessidade de te amar e porque amar-te é uma aventura. Amo-te porque sim mas também porque não e, quem sabe, porque talvez. E por todas as razões que sei e pelas que não sei e por aquelas que nunca virei a conhecer. E porque te conheço e porque me conheço. E porque te adivinho. Estas são todas as razões.
 Mas há mais uma: porque não pode existir outra como tu."

JOAQUIM PESSOA, in ANO COMUM (Litexa, 2011), Dia 231

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