Um país pequeno, com poucas pessoas.
Que existam armas para uma esquadra ou batalhão,
mas que ninguém as use.
Que o povo encare seriamente a morte
e não vá morar para longe.
Embora existam barcos e carruagens,
que não haja lugar para os utilizar.
Embora existam armas e armaduras,
que não haja lugar para as exibir.
Que o povo volte às cordas com nós e as saiba utilizar.
Que seja doce a sua comida
Que sejam belas as suas roupas
Tranquilas as suas casas
Alegres os seus costumes.
Que países vizinhos se observem um ao outro,
ouvindo o som das galinhas e dos cães um do outro.
E o povo chegue à velhice e morra
sem idas e vindas de um para outro.
Lao Tse, Tao Te King: Livro do Caminho e do Bom Caminhar (capítulo 80, p. 133)
Tradução e comentários de António Miguel de Campos
Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
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