segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Morte

A morte está no fim da vida.
Nunca nos conformamos com a perda dos que nos são próximos porque queridos, mas, a partir de certa altura, inevitavelmente, quando as pessoas entram na velhice (seja isso o que for) pensamos "qualquer dia ficamos sem ele..." E um dia ficamos e doi muito, mas, de certa forma, era algo que esperávamos, temíamos, antecipávamos.
Em situações potencialmente perigosas - uma doença, uma viagem de avião... - rezamos, pedimos, tememos.
Mas, que dizer, de uma morte que chega, estúpida, abrupta, sem apelo, numa vida de promessas, sorriso jovem, hábitos saudáveis, pele lisa, a vida pela frente? Como encarar esta traição? Esta não-situação, porque não se concebe, nega-se, não pode mesmo acontecer...é quase impossível de acreditar, creio que será impossível de aceitar...
Durante todo o dia me tenho defrontado com a estupidez da ausência de "alguém" ou "algo" a quem culpar! Não há uma hipótese de lógica em tudo isto.
Uma vida ceifada aos 24 anos acabados de fazer, num jovem de simpatia e comportamento irrepeensível, daqueles de quem dissémos: Este vai longe!
Que explicação pode haver para isto?
Será que lá por cima alguém joga uma roleta russa com as nossas vidas?

Este será, penso, a quarta perda entre os jovens a quem anuncio e entrego o futuro todos os dias.
Como estará esta família nesta noite?

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