quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Hoje sentei-me aqui. Infeliz de dor de garganta, irritada de uma reunião inútil.
Cansada do que sou hoje, parti em busca de mim, noutros tempos escritos, em palavras aqui guardadas.
Sem vergonha, revisitei alguns textos que me lembrava de ter gostado de ter escrito. Ri e chorei e não sei (ainda) porque me deixei para trás.
O que fizeram de nós? Como nos amachucaram tanto? Onde nos perdemos? Qual o caminho para voltarmos? Tem volta?
Hoje estou assombrada com uma pergunta dos alunos: "A professora fez mestrado?" "Sim." "E doutoramento?" "Sim." "É que nos disseram, mas eu não acreditei...Fez mesmo? E é professora?" "Não quero ser mais nada!"
Como é que chegámos a isto? Sim, porque o que foi dito foi: se pode ser outra coisa porque é que é professora? Mas não é a profissão mais nobre? Se já nem eles vêem, só resta perguntar: Como nos fizeram isto, e como deixámos que o fizessem?
Onde é que eu estava no 25 de Abril de 74? Na Escola. Onde ainda estou. Onde queria estar. E ainda quero? Para quê? Se o alunos deixaram de perceber o trabalho de um professor...

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