domingo, 3 de novembro de 2013

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Ninguém.pt disse...


NO INSTANTE DO ENTANTO


No instante do entanto
Diga minha poesia
E esqueça-me se for capaz
Siga e depois me diga
Quem ganhou aquela briga
Entre o quanto e o tanto faz


Paulo Leminski


Nem sempre o tanto faz, por vezes temos nós que o fazer porque o malandro se recusa...

Beijito, Miss.

Escrivaninha disse...

:-)
Beijito, Mestre