Manoel de Oliveira registou ontem 80 anos sobre a estreia do seu primeiro filme. Tinha ele 22 anos. Começou cedo, de facto, mas...80 anos depois ainda continua.
Deviam convidá-lo para substituir o coelhinho das pilhas Duracell!
Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
2 comentários:
Longevidade
Claros fios de prata em minha fronte,
Que tanto me abreviais a vida breve,
E os dias, que me leva o tempo leve
E que eu não quis contar, mandais que conte:
Se até mesmo do pranto a pura fonte,
Por que verter não possa quanto deve,
Vosso frio rigor converte em neve,
Quem há aí que vos fuja, ou vos afronte?
Esquecestes, entanto, brancos fios,
Que, quanto mais sois brancos, e mais frios,
Mais própria em vós se espelha a maravilha
De um sonho meu de luz, dourado e eterno:
Pois o sol é mais sol quando é inverno,
E a neve é menos neve quando brilha.
Guilherme de Almeida
Beijito, Miss.
Sempre a propósito!
Beijito.
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