Natal 2012
Encheu-se de coragem, digitou o nome dele no espaço de
pesquisa do Facebook e escreveu-lhe uma mensagem: “Então? Ontem era Natal…”
Na antevéspera de Ano Novo ele respondeu: “O que queres
dizer com isso?”
“Que esperava uma mensagem tua…”
“No Natal toda a gente manda mensagens.” – ela adivinhou-lhe
o ar de desprezo ao escrever aquilo.
“Toda a gente, não. Tu não mandaste…”
“Para quê? Para ser igual a toda a gente?”
“Talvez. Não mandaste para quê? Para ser diferente de toda a
gente?”
Ele nunca mais disse nada e ela espera que ele não tenha
morrido…
Hesita agora: mandar-lhe outra mensagem?...
2 comentários:
ESCREVO-TE…
Escrevo-te com o fogo e a água. Escrevo-te
no sossego feliz das folhas e das sombras.
Escrevo-te quando o saber é sabor, quando tudo é surpresa.
Vejo o rosto escuro da terra em confins indolentes.
Estou perto e estou longe num planeta imenso e verde.
O que procuro é um coração pequeno, um animal
perfeito e suave. Um fruto repousado,
uma forma que não nasceu, um torso ensanguentado,
uma pergunta que não ouvi no inanimado,
um arabesco talvez de mágica leveza.
Quem ignora o sulco entre a sombra e a espuma?
Apaga-se um planeta, acende-se uma árvore.
As colinas inclinam-se na embriaguez dos barcos.
O vento abriu-me os olhos, vi a folhagem do céu,
o grande sopro imóvel da primavera efémera.
António Ramos Rosa
Mensagens no FB, e-mails, SMS — tudo o mais sintético (cru?) possível, que o tempo urge, que ninguém o tem suficiente para deixar correr… as mãos pelo teclado.
Os que se alongam são chatos, quase todo o mundo lê apenas o princípio e o fim, porque "não há pachorra".
Beijito, Miss. Que o ano de 2014 lhe proporcione muitos sorrisos de felicidade, causa/efeito de muitos sonhos concretizados.
Beijito.
Um excelente ano para si também, Mestre!
Beijito.
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