No último episódio da temporada há sempre alguém que diz "I love you" a outro alguém.
Mas nós nunca sabemos quando é o último episódio, ou se haverá uma nova temporada em que investir...
Isto da vida real nem sempre é justo!
Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
2 comentários:
A FORMA JUSTA
Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo
Sophia de Mello Breyner Andresen
Verdade, verdadinha, quem quereria que a realidade fosse justa? Isso seria o mesmo que acabar com o imponderável, com a roleta da sorte — num e noutra apostamos para uma surpresa agradável, embora não justa...
Beijito, Miss.
Pois...talvez...
Bem, sempre é um bom pretexto para lermos mais um poema e "trocarmos" mais «Um Beijito».
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